sábado, 31 de maio de 2008

Riba de Mouro, Monção - A Nossa Terra



Uma palavra: - SAUDADE

Ares do Minho - A Meritíssima

Naquele tempo só havia uma ligação rodoferroviária en todo o curso internacional do rio Minho. Era a velha ponte de Valença, da autoria do arquitecto espanhol Pelaio Mancebo e inaugurada em 1886, ainda hoje a única que permite o tráfego ferroviário.
Foi, certamente, uma infraestrutura imponente e mais que suficiente para suportar o trânsito rodoviário enquanto a urbe se manteve dentro dos limites da fortaleza mas, com a expansão urbana e o incremento e flexibilidade das trocas comerciais entre os dois lados da fronteira, foi-se transformando numa espécie de funil que gerava filas imensas de automóveis e o desespero de muitos automobilistas, da população local e dos agentes ordenadores do trânsito. Era, na gíria policial, o que se poderia designar por "calcanhar de Aquiles" de uma localidade com reduzidos índices de criminalidade.
Além disso, um dos eventos que mais preocupações causava às forças da ordem era a feira semanal. Localizada ao lado da magnífica fortaleza e junto à estrada que conduzia à fronteira, implicava o empenhamento de todo e efectivo, e mais que houvesse, num frenesim constante para impedir o bloqueio do trânsito e do acesso às propriedades, actividade que começava às primeiras horas do alvorecer e só terminava pela noite dentro.
Num desses dias, perto do meio dia, o telefone do Posto retiniu. Era um pedido para acorrer a um acidente de viação num recôndito lugar, algures entre S. Pedro da Torre e Fontoura, na Estrada Municipal 512.
Não estava muito ocupado, estava tudo a correr bem, decidi ser eu próprio a intervir naquele caso pois o restante pessoal esfalfava-se havia muitas horas no policiamento da feira. Depois de me certificar que dispunha de tudo que era necessário (bloco de apontamentos, fita métrica e esferográfica) desloquei-me para o lugar de Devesas, se a memória me não atraiçoa.
Não foi difícil dar com o acidente. Os intervenientes estavam no local, não ocorreram danos físicos significativos e a descrição também não apresentava grande complexidade. Resumidamente, uma senhora conduzia o seu automóvel, entrou no pequeno pequeno aglomerado de casas, descreveu uma curva ligeira para a direita e deste mesmo lado, por uma rua que entroncava naquela estrada, surgiu o carteiro no seu motociclo. A colisão foi inevitável e a senhora embateu com a parte da frente do lado direito na parte anterior do lado esquerdo do motociclo cujo condutor, na queda, ainda sofreu umas ligeiras escoriações.
Após observar as posições dos veículos intervenientes comecei por elaborar o croquis. É, normalmente, a primeira coisa que se faz porquanto após esse registo é possível desobstruir a via e continuar a recolha dos restantes elementos. Ao mesmo tempo que fazia medições e tomava apontamentos verifiquei que um risonho e simpático casal de mediana idade não perdia patavina do que eu fazia. Senti até uma certa vaidade, deviam estar encantados com o meu desembaraço, as ordens ao meu acompanhante, a fita métrica em bolandas, as triangulações, os rabiscos no papel, tudo aquilo resultaria para o casal, certamente, algo complexo e importante...
Terminado o esboço foi a vez de proceder à recolha dos elementos identificativos dos veículos e dos respectivos condutores, uma tarefa que requeria muita atenção para não falhar nenhum item e andar depois a correr atrás das pessoas, mas que eu já tinha memorizada, tantas as vezes em que tinha sido chamado a intervir em situações daquelas. Comecei pela senhora, ainda jovem, a quem solicitei os documentos do veículo e da própria.
Enquanto escrevia a senhora ia-me relatando como tudo se tinha passado e concluiu que a culpa seria do motociclista porque ela circulava na estrada principal e ele não.
Levantei a cabeça, observei uma vez mais o local a ver se algo me escapava e, serenamente, expliquei à condutora que não era meu dever pronunciar-me sobre a culpa pelo acidente mas que, perante as circunstâncias, não seria assim tão linear, que a regra geral era ceder a prioridade a quem se apresentasse pela direita, que a rua à sua direita era uma via pública aberta ao trânsito e no entroncamento não sofria quaisquer constrangimentos, bla... bla... bla... e a conversa ficou por ali.
A tarefa estava quase concluída mas faltava um elemento importante que não se encontra, normalmente, nos documentos de identificação apesar do nosso BI ter quase a amplitude de um estádio de futebol, a profissão. A esta questão a senhora respondeu - Juiz.
Este dado, conjugado com o facto posteriormente constatado de que o simpático casal de meia idade, que não tinha parado de me seguir todos os movimentos com um sorriso parecido com o da Mona Lisa, eram os pais da Meritíssima condutora, foi fundamental para desvendar o enigma: Eles não estavam de modo algum admirados com a minha frenética actividade, estavam era a dizer para eles mesmos: - Não faças as coisas direitinhas que vais ver o que te acontece...


Foto:
http://www.cp.pt/StaticFiles/Imagens/Fotografias/Aficionados/os%20CF/150_anos/7_1886.gif
Outras fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cronologia_do_Caminho-de-ferro_em_Portugal http://www.euromilhoes.com/forum/showthread.php?t=8110&page=3

Retalhos

Trabalho e lazer, cada qual no seu tempo. Serviço é serviço, o resto já sabem...
El pasado mes de marzo, un empleado del Centro Espacial Johnson de la NASA fue sancionado con una suspensión de empleo y sueldo de 180 días, por haber utilizado el ordenador y la conexión a Internet de su puesto de trabajo para otros fines muy distintos a los que persigue la agencia espacial norteamericana.
Se a moda pega...

Ali ao lado as coisas são como são, sem metáforas nem camuflagens.
El elevado precio de la energía en los mercados internacionales ha situado la tasa de inflación armonizada de mayo en el 4,7%, la más alta desde hace once años, en 1997.
Por cá continuamos na mesma, como a lesma. Os governantes continuam a ver um país de sucesso e a prova disso são as inaugurações de 50 metros do "Andante" em Gaia, 150 (+ ou -) metros de autoestrada ali para os lados da Figueira da Foz e agora as unidades fabris daquele senhor sueco em Paços de Ferreira que promete mobiliário de grande qualidade a preço de pobre mas para o qual temos de contribuir com cerca de 50% de mão de obra, além dos transportes. Por avaliar ficou o impacto futuro na principal indústria local...
E não deixou de ser engraçado ver o nosso Primeiro a dar ao... serrote (*_*)!

A Terra gira ao contrário...



... e os rios nascem no mar!

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Em Risco

"Portugal é um dos países da Europa mais desenvolvida com maiores riscos de exclusão financeira de pessoas em situação de pobreza ou exclusão Social".
São dados de 2003, dirá o nosso Primeiro, se for confrontado com este cenário, portanto, a culpa é dos outros. Com o choque tecnológico e as medidas de carácter social e reformistas entretanto desencadeadas a situação actual é, certamente, muito mais confortável...
Para alguns, direi eu, e julgo não me enganar muito.

domingo, 25 de maio de 2008

Do Rio Tua ao Rio Pinhão - Conselho Oportuno

As lágrimas brotaram espontâneas, grossas e escorreram céleres pela face esquálida e envergonhada do velho Professor.
Tinha exercido durante muitos anos a nobre profissão do Magistério Primário, ao mesmo tempo que administrava a Quinta situada nas arribas do Rio Pinhão, entre Soutelinho e Cheires, um local inóspito e agreste mas que produzia mostos do melhor que há em toda a Região Demarcada do Douro, além de outros subprodutos regionais de excelente qualidade, designadamente o azeite, as laranjas, as cerejas e os figos.
Porém, o decurso inexorável do tempo provocou os seus efeitos e com uma reforma que lhe permitia viver decentemente e os rendimentos da Quinta não tinha necessidade de arcar com toda a responsabilidade pelos trabalhos agrícolas. Assim, tratou de procurar alguém de confiança que o libertasse dessa árdua tarefa e foi-lhe recomendado um jovem, vizinho de Sabrosa. Era trabalhador, honesto, conhecia bem as actividades a desenvolver, tinha casado havia pouco tempo e estava disponível para começar a vida. Com estas referências não hesitou em contratá-lo como caseiro.
Mas o rapaz possuía aquilo tudo e muito mais. Com o decorrer do tempo o patrão ia reparando que o vinho tratado se "evaporava" nas pipas, o nível de azeite das talhas abaixava misteriosamente e até nas contas das jornadas laborais apareciam salários de jornaleiros que nunca lá tinham andado, horas que o proprietário sabia não terem sido cumpridas.
Nestas circunstâncias, o Professor decidiu denunciar o contrato de trabalho com o caseiro e deu-lhe ordem para abandonar a Quinta. Só que o jovem caseiro sabia dos seus direitos e confrontou-o com a impossibilidade de despedimento sem ser devidamente indemnizado, recusou-se a deixar a casa que habitava na Quinta e continuou a laborar como se nada se tivesse passado. O proprietário resignou-se perante aquela resistência mas passou a ser ele a contratar os jornaleiros e a controlar os trabalhos, além de exercer uma maior vigilância aos produtos armazenados.
Só que o jovem caseiro não se acomodou e começou a ameaçar o ancião que, sem forças para se opor ao miúdo com sucesso num eventual confronto físico, passou a andar pela Quinta munido de uma espingarda caçadeira, o que levou o empregado a formalizar, no Posto da GNR, uma queixa criminal por ameaças à integridade física.
Foi neste contexto que o Professor foi convocado para ser ouvido no Inquérito como arguido e, ao ser confrontado com o motivo da chamada ao Posto, me narrou, sinceramente angustiado e desolado, todo a enredo por que estava a passar e me manifestou a sua impotência para resolver o problema.
Confesso que me senti mal ao ver aquele homem sério, honesto e respeitável, com um porte altivo e rígido, moldado pelos imensos anos como educador e formador de caracteres, tão fragilizado e vulnerável, não tanto pela circunstância do acto mas pela humilhação de se ver confrontado com a justiça por defender o seu património.
Aquele era o último acto do Inquérito, para o qual também tinham sido convocados e ouvidos momentos antes o queixoso e as testemunhas. Com tudo redigido e conferido, encerrei o auto.
Após a assinatura do documento continuamos a conversar sobre o mesmo assunto e no final disse para o meu interlocutor: - Olhe, Senhor Professor, uma acção de despejo vai ser morosa e difícil, e o senhor também não pode simplesmente ir à casa que o caseiro ocupa e colocá-lo no olho da rua porque além de violar o seu domicílio pode incorrer em responsabilidade criminal por despejo ilícito mas... olhe... se não teme as consequências e estiver disposto a assumir as responsabilidades que daí advierem, o que eu faria num caso semelhante era aguardar que eles estivessem fora, punha-lhes tudo na rua e trancava a casa... Mas não diga a ninguém que eu lhe disse isto porque eu nego, confidenciei-lhe meio a brincar.
Terminou o acto, acabou a conversa e o Homem lá foi à sua vida.
Decorrida cerca de uma hora o telefone soa. Um jovem caseiro, lá para os lados de Soutelinho, clamava a nossa presença porque o senhorio tinha-lhe posto as coisas na rua e encontrava-se dentro da casa munido de uma espingarda, não o deixando entrar.
Não havia forma de contornar o conflito. Os dados estavam lançados e era preciso agir. Lentamente foram reunidos os meios para intervir e deslocámo-nos para a longínqua propriedade. O Jeep não é uma viatura propriamente rápida e além disso o caminho para a Quinta não permitia a sua passagem. Tivemos que o deixar a cerca de dois quilómetros e fazer o resto do percurso a pé. Demorou muuuuuito tempo. A luz do sol começava a empalidecer e a noite aproximava-se. No trajecto pedonal cruzámo-nos com um ancião que transportava um objecto debaixo do braço parecido com o estojo de uma espingarda de caça mas não havia tempo a perder nem razão para especulações. Uma missão mais elevada nos aguardava.
Quando chegamos à Quinta o caso estava sanado. Um vizinho intermediou o conflito e acordaram em deixar permanecer os caseiros na casa até irem embora de vez no dia seguinte... - Ele saiu daqui há instantes com a espingarda, ainda se devem ter cruzado com ele pelo caminho, disse o jovem.
- Não, não encontramos ninguém... e uma vez que está tudo resolvido nada mais temos a fazer, passar bem...

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Coca e Alvarinho

Decorrem em Monção os tradicionais festejos do Corpo de Deus, a mais emblemática manifestação cultural do Concelho, sem desprimor para as grandiosas festas em honra da Virgem das Dores.
Ontem foi o dia da Coca mas parece que o secular torneio não foi levado a efeito por causa do mau tempo, ao contrário do que sucedeu em Redondela onde os deuses da chuva propiciaram condições para levar a cabo o evento, conforme se pode verificar na foto ao fundo.
Contudo, ainda a "procissão" vai no adro.
As actividades são muitas e diversificadas, sendo a Feira do Alvarinho a que atrai mais atenções pela importância que a divulgação deste ex-libris de Monção representa para a economia local.
E por falar em Alvarinho, parece que sobram preocupações por ter dado entrada na Comissão de Vitivinicultura da Região dos Vinhos Verdes uma proposta para alargamento da produção de Alvarinho a toda a Região (desta questão se faz eco aqui).
Já não chegavam as constantes "picardias" com os vizinhos de Melgaço pelo protagonismo que produtores e autoridades deste concelho têm vindo a assumir nos últimos anos...
A minha opinião é que se deve defender a qualidade e a denominação de origem do Alvarinho enquanto produto perfeitamente diferenciado do que possa ser produzido noutras regiões, o que me parece difícil.
De facto, a Galiza possui uma extensa área geográfica onde se produz o excelente "Albariño", para o qual foram canalizados fortes investimentos e desenvolvidas importantes acções de promoção nos mercados internos e externos com muito sucesso. E isso nunca incomodou os produtores do lado sul.
Também são conhecidos os problemas que se têm levantado ao consagrado vinho generoso produzido na Região Demarcada do Douro, dada a concorrência vinda de Espanha, da África do Sul e da Califórnia.
Nada me garante que os solos que produzem o afamado "loureiro" não possuem boa aptidão para produzir Alvarinho. Se assim for mais tarde ou mais cedo os produtores de Monção e Melgaço ver-se-ão a braços com a concorrência de Alvarinho de Penafiel, de Barcelos, de Fafe, de Castelo de Paiva ou de Vale de Cambra.
Mas se realmente os solos e as condições microclimáticas de Monção e Melgaço forem de tal modo particulares que se diferenciem do resto da Região dos Vinhos Verdes podem ficar descansados. As tentativas para produzir Alvarinho noutro lugar terão o mesmo sucesso que teriam os agricultores do Vale do Minho se quisessem ali produzir vinho do Porto ou os da Bairrada se quisessem aqui produzir vinho da Madeira.
Cartazes copiados de: http://www.cm-moncao.pt/principal.asp

Os Novos Metralhas


A Polícia Judiciária emitiu um comunicado a alertar para uma nova vaga de assaltos que diariamente tem afectado a população portuguesa, a qual se deve a um gang semelhante aos irmãos Metralha. Por isso tenham muito cuidado, tranquem as portas e guardem muito bem as carteiras. Eles andam aí e eu descobri-os aqui.

terça-feira, 20 de maio de 2008

O Padre Lisboa

Foi no ano de 1992. Havia pouco tempo que eu tinha assumido funções em Valença e aproveitava todos os ensejos e tempo disponível para adquirir o máximo de conhecimentos sobre a área e a população, inteirar-me de problemas e procurar resolver os que se encontravam pendentes.
Numa tarde amena de Maio, no regresso ao Posto após um giro pela zona poente do concelho, eu e o meu acompanhante estacionámos por alguns minutos na EN 13, a poucos metros do cruzamento de S. Pedro da Torre, mais para observar o escasso trânsito do que propriamente para exercer qualquer acto de fiscalização rodoviária.
Volvidos escassos minutos, avistámos um velho carocha a cerca de duzentos metros, no sentido Valença/S. Pedro da Torre e o meu acompanhante confidenciou-me: Se quiser rir um bocadinho mande parar aquele volkswagem que é o Padre Lisboa de Fontoura.
Não tanto para me rir mas para conhecer a personagem, estiquei o braço e dei ordem de paragem ao automobilista que imediatamente abrandou a lenta marcha a que já circulava e percorreu a passo de caracol, pela berma, os cerca de cem metros que ainda faltavam para chegar até nós.
Mal imobilizou o veículo, o Senhor Padre, um sexagenário bem constituído fisicamente, de cabelo grisalho, rigorosamente aparado e penteado para trás, saiu do carro e cumprimentou-nos afavelmente fazendo menção de apresentar os documentos.
Interrompi-lhe o gesto e depois de me apresentar informei-o de que me encontrava ali havia pouco tempo e que aquela "intervenção", embora de carácter policial, visava apenas cumprimentá-lo e reafirmar a minha disponibilidade para o que precisasse, no âmbito das minhas atribuições legais.
Após este intróito e para que a conversa não se ficasse apenas por aquele formalismo, interpelei o Padre Lisboa acerca de um evento que dias antes, promovido pela Associação de Comandos, tinha sido realizado em Fontoura, com o patrocínio do próprio Pároco.
Com um largo sorriso estampado no rosto o Padre Lisboa exclamou: Óh caralho, aquilo esteve bom, home! Esteve o Jaime Neves e...
Deixei o reverendo continuar, entusiasmadíssimo, a fazer o relato do acontecimento, todo salpicado de palavrões do mais puro vernáculo e olhei disfarçadamente para o meu companheiro que, com o rosto escarlate de tanto reprimir o riso, fazia um esforço enorme para conter a gargalhada.
Contaram-me depois que, durante uma procissão, na paróquia onde exerceu o seu ofício divino, deslocava-se à frente a ordenar tudo quando uma intensa bátega de chuva se abateu sobre o cortejo. Dois miúdos procuraram abrigar-se sob o beiral do telhado de uma habitação que ladeava o percurso e quando o Padre os viu assim encolhidos disse-lhes: Fugide caralhos que vos molhais todos!
Era mesmo assim, o Padre Lisboa.

domingo, 18 de maio de 2008

Falar de Coisas Sérias - A Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado

Vale a pena passar os olhos pelo artigo do Dr. Saldanha Sanches que não encontrei no Expresso Online mas que se pode ler aqui.
E para aqueles que exercem funções públicas e possam praticar acções ou omissões consideradas "ilícitas" e que causem dano às pessoas fica o aviso: a coisa está "tesa".
Por isso, os Juizes já contrataram um seguro e, pelo que ouvi dizer, a Direcção Geral dos Impostos também vai fazer o mesmo. Seja como for, com seguro ou sem seguro, o melhor seguro é fazer como dizia o velho Guarda: "... para mim só de chapa", que significava agir apenas quando não o pudesse evitar.
O Presidente da República teve as suas dúvidas em relação à Lei de Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado e alertou para os riscos financeiros que daí poderiam advir para o Estado. Mesmo assim teve de a promulgar. E até tem algum mérito, diga-se. As pessoas lesadas pela administração devem ser compensadas na exacta medida em que foram afectadas. Mas atirar para os ombros dos funcionários e agentes a responsabilidade pode, realmente, ser um bom motivo para o "não agir". E com a subjectividade de "culpa" e "ilicitude" que a lei confere ao acto ilícito, o velho brocardo "errare humanum est" deixa de se aplicar na administração pública.
A Lei é dura mas é a Lei.

Pescadinha de Rabo na Boca

"A ASAE diz não saber se, efectivamente, a lei foi violada, remetendo para o autor da lei anti-tabaco, a Direcção-Geral de Saúde (DGS), «a interpretação da lei neste caso». Isso mesmo foi afirmado ao SOL pela ‘porta-voz’ da ASAE, uma das assessoras de imprensa do ministro da Economia, que tutela esta entidade e que também foi uma das pessoas que fumou no voo para Caracas."
E agora em que ficamos?
Não há dúvidas que fumar em veículos afectos a transportes aéreos é proibido, ou há? Vejamos o que diz a lei:
Lei 37/2007, de 14 de Agosto
Artigo 4.º
Proibição de fumar em determinados locais
1 — É proibido fumar:
...
2 — É ainda proibido fumar nos veículos afectos aos transportes públicos urbanos, suburbanos e interurbanos de passageiros, bem como nos transportes rodoviários, ferroviários, aéreos, marítimos e fluviais, nos serviços expressos, turísticos e de aluguer, nos táxis, ambulâncias, veículos de transporte de doentes e teleféricos.
Artigo 6.º
Sinalização
1 — A interdição ou o condicionamento de fumar no interior dos locais referidos nos artigos 4.° e 5.º devem ser assinalados pelas respectivas entidades competentes, mediante a afixação de dísticos com fundo vermelho...
Outra questão que se coloca é: Existia ou não, no avião, a indicação de proibição de fumar? É que pelos vistos os prevaricadores desconheciam que ali não o podiam fazer... Se existia, a quem incumbe dar corpo ao que se consagra na Lei?
Artigo 7.º
Responsabilidade
1 — O cumprimento do disposto nos artigos 4.° a 6.° deve ser assegurado pelas entidades públicas ou privadas que tenham a seu cargo os locais a que se refere a presente lei.
2 — Sempre que se verifiquem infracções ao disposto nos artigos 4.º a 6.º, as entidades referidas no número anterior devem determinar aos fumadores que se abstenham de fumar e, caso estes não cumpram, chamar as autoridades administrativas ou policiais, as quais devem lavrar o respectivo auto de notícia.
3 — Todos os utentes dos locais referidos no n.º 1 têm o direi to de exigir o cumprimento do disposto nos artigos 4.º a 6.º, podendo apresentar queixa por escrito, circunstanciada, usando para o efeito, nomeadamente, o livro de reclamações disponível no estabelecimento em causa.
Se a instrução do processo incumbe à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, qual a razão porque esta entidade não actua?
Artigo 28.º
Fiscalização e tramitação processual
1 — Sem prejuízo das competências atribuídas pelo artigo 7.º às autoridades administrativas e policiais, a fiscalização do disposto na presente lei compete à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, à excepção da fiscalização do preceituado na alínea d) do n.º 1 do artigo 15.º, no
n.º 1 do artigo 16.º, no n.º 1 do artigo 18.º e no artigo 19.º, que compete à Direcção -Geral do Consumidor.
2 — A instrução dos processos de contra -ordenação compete à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica ou à Direcção -Geral do Consumidor, no âmbito das respectivas atribuições, e a quem devem ser enviados os autos levantados por outras entidades.
O argumento da porta-voz da ASAE, que também é assessora de imprensa do Ministro, que tutela a principal entidade com responsabilidade nesta matéria, parece-me pouco fiável. O início de um procedimento criminal ou contra-ordenacional nunca ficou a depender de esclarecimentos prévios sobre a interpretação da norma ou intenção do legislador, penso eu...
Já agora, faltará algum requisito para que a ASAE aja neste caso? Será a denúncia feita apenas nos órgãos de comunicação social suficiente?
Responda quem souber que eu não me vou meter nessas "águas".

sábado, 17 de maio de 2008

Boas Práticas


...o que significa que "boas práticas" não seriam muito usuais por aqueles lados
...e que nós também não nos admiramos muito, pelo que nos é dado observar...

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Outra vez... Serrat

Todo pasa y todo queda
Pero lo nuestro es pasar
Pasar haciendo camino
Camino sobre la mar

Nunca perseguí la gloria
Y dejar en la memoria
De los hombres mi canción
Yo amo los mundos sutiles
Ingrávidos y gentiles
Como pompas de jabón

Me gusta verlos pintarse
De azul y grana al volar
Bajo el cielo azul temblar
Súbitamente y quebrarse
Nunca perseguí la gloria

Caminante son tus huellas del camino y nada más
Al andar se hace el camino, y al volver la vista atrás
Se ve la senda que nunca se ha de volver a pisar
Caminante no hay camino, se hace camino al andar

Hace algún tiempo en ese lugar
Donde los bosques se visten de espino
Se oyó la voz de un poeta gritar
Caminante no hay camino,
Se hace camino al andar
Golpe a golpe, verso a verso

Murió el poeta lejos del hogar
Le cubre el polvo de un país vecino
Al alejarse le vieron llorar
Caminante no hay camino
Se hace camino al andar
Golpe a golpe, verso a verso

Cuando el jilguero no quiere cantar
Cuando el poeta es un peregrino
Cuando de nada nos sirve rezar
Caminante no hay camino
Se hace camino al andar
Golpe a golpe, verso a verso
Golpe a golpe, verso a verso
Golpe a golpe, verso a verso

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Amigos e... Tabaco

"Quem tem amigos não fica na cadeia", não se cansava de repetir o simpático e extremamente optimista cidadão que naquele dia constatou que nem sempre se pode confiar na sabedoria popular.
Aconteceu que, naquele já longínquo dia, um comerciante do ramo automóvel questionou-me, no meu local de trabalho, se não prendíamos um indivíduo sobre quem pendia um mandado de detenção emanado da autoridade judicial competente, relacionado com um processo em que o primeiro tinha sido vítima de fraude, ou burla por emissão de cheque sem provisão... sei lá... por parte do segundo. Sabendo que não existia pendente qualquer mandado de detenção perguntei ao meu interlocutor como sabia que existia tal mandado tendo-me este exibido uma fotocópia do documento, acrescentando que o indivíduo a deter se encontrava em determinado lugar no exercício da sua actividade também relacionada com o comércio de automóveis usados.
Diligenciei saber, no Tribunal onde tinha sido emitido o mandado, se ainda havia interesse na detenção e, caso positivo, que me fosse disponibilizada a ordem competente. Na posse do mandado depressa foi possível deter o delinquente, com a ajuda preciosa de uma equipa da Polícia Judiciária que casualmente se encontrava na zona e, perante uma tentativa de fuga, foi preponderante na sua intercepção, o que seria impossível apenas com os tradicionais meios de locomoção de que dispúnhamos.
A ordem era para prender e conduzir ao estabelecimento prisional o indivíduo identificado no mandado. Contudo, poderia proceder à liquidação da dívida e, assim, evitar a detenção em estabelecimento prisional. Nesta perspectiva, o detido pediu-me para efectuar um telefonema, e outro, e outro, com muita conversa pelo meio, em que, invariavelmente, sempre sorridente e optimista, me "atirava" com o anexim popular com que iniciei este texto.
Só que o tempo avançava e não havia forma de desencantar a situação, isto é, os "cartos" necessários para evitar ir ver nascer o sol aos quadradinhos. Finalmente, esgotadas as esperanças de um $ocorro previdente e oportuno, desistiu e lá seguiu para a Cadeia.
A frase que serve de inspiração para desenvolver este tema é bem reveladora da mentalidade Lusa. Os amigos são para as ocasiões e, como dizia um familiar meu já falecido, "até no Inferno fazem falta para nos achegarem umas brasas para aquecer os pés".
Certamente o nosso Primeiro não vai ser penalizado por ousar fumar num avião, porque "é costume", porque detém o poder, porque tem muitos "amigos". Porque outro qualquer pagaria bem cara essa ousadia. E daqueles lados não se esperem bons exemplos...
Como diz o povo, bem prega Frei Tomás...

segunda-feira, 12 de maio de 2008

O Milho Rei

Sempre que oiço falar de escassez de cereais e do espectro da fome, temas de grande actualidade, lembro-me do tempo em que as famílias portuguesas subsistiam por si sós ou, quando muito, à custa da solidariedade alheia, já que o estado existia apenas para esmifrar um pouco mais as depauperadas economias domésticas.
Nesse tempo, na minha terra e em muitas outras em redor, garantiu-se autonomia e sobreviveu-se à custa de um cereal antiquíssimo, cujas sementes vieram para a Europa a bordo das naus de Colombo e a partir do qual tudo se obtinha, o milho.
O milho adaptou-se extremamente bem ao solo e ao clima do Minho. Planta rústica, resistente a doenças e fácil de conservar, foi esse cereal que permitiu à minha gente ultrapassar a recessão económica que grassou nos conturbados períodos de guerra da primeira metade do Século XX, primeiro na vizinha Espanha, depois a nível mundial.
Chegou a ser alvo de racionamento e confiscado pelos agentes do governo sempre que a produção excedia a quantidade estabelecida para cada elemento do agregado familiar e usaram-se mil e um estratagemas para ludibriar a fiscalização, desde a criação de cisternas por debaixo do pavimento das casas até ao transporte para locais distantes e de difícil acesso onde ficava sob vigilância da população até poder ser devolvido aos espigueiros e ali conservado entre as colheitas. Era usado na alimentação de pessoas e criação de animais, servia de moeda nas trocas comerciais, tinha um valor inestimável.
A sementeira ocorria essencialmente em Maio, um mês de intensíssima actividade agrícola.
Os campos eram fertilizados com o estrume das cortes do gado e lavrados com arados atesanais puxados, em regra, por tês juntas de vacas, em geral, porque as vacas, além de efectuarem o necessário trabalho de tracção, pariam e produziam leite, recursos de vital importância para as parcas economias rurais.
Dos Valados até às Várzeas, do Castinheiro do Caminho até às Carvalheiras, do Rochão até aos Carqueijais, à volta do aglomerado habitacional tudo se transformava em terra lavrada, de negro colorida, tonalidade que apenas era alterada por pequenos salpicos de verdejantes hortas.
Os cheiros característicos a esterco e a terra revolvida misturavam-se com os aromas das flores silvestres de piornos e giestas, de tojo e de urze, gerando uma atmosfera única e inconfundível.
E os pequenos grãos de milho lançados ao solo nunca defraudaram a esperança de quem neles confiou fornecendo boas e abundantes colheitas que garantiam o sustento das populações.
Porém, os trabalhos de produção não terminavam ali. Ao longo do Verão, havia a sacha, a renda, a rega, em Outubro o corte e colocação em medeiras, a desfolhada e transporte para os espigueiros onde ficava a secar... e o consumo, até recomeçar o ciclo no ano seguinte.
O grão era a parte mais importante mas nada se desperdiçava. As plantas secas serviam para alimentação dos animais e os carolos aqueciam o ambiente nas lareiras das casas.
O milho, autêntico rei naqueles tempos de crise, perdeu valor e importância, não só devido à perda de braços para a sua produção, mas também porque as condições de vida se alteraram drasticamente.
Desse tempo resta a saudade, não dos trabalhos mas do produto final. Na minha terra fabricava-se um pão de milho, a broa, de características únicas e de um sabor inconfundível.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Bob Geldof

Sir Bob Geldof, que veio a Lisboa para falar de desenvolvimento sustentado num evento promovido por iniciativa conjunta do jornal Expresso e do Banco Espírito Santo, disse para quem quis ouvir que "Angola é um país gerido por criminosos". E como a verdade, por vezes é incómoda, o divino Espírito Santo decidiu que não voltará a acolhê-lo no seu reino. Certamente que o famoso cantor e activista dos direitos humanos já se arrependeu de ter cometido tal afronta aos todo-poderosos gestores de um Estado soberano, além de criar uma enorme engulho aos anfitriões.
Imaginem se fosse o Marco Paulo a dizer tamanha "barbaridade"...

terça-feira, 6 de maio de 2008

Em Plena Queima!!!

Este ano a academia decidiu introduzir algumas alterações à tradicional semana da Queima. O que não foi pacífico...

Mas não faltaram condimentos para que o evento correspondesse às expectativas.

E o tradicional cortejo foi um sucesso. Este é o 53, o "HUC ou Não"... onde não faltou animação. E eu estive lá :)))

Coimbra é uma canção!!!

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Cirurgia Estética

Ao que parece, a prática das cirurgias estéticas não é exclusiva do Hospital de S. João!!!

Carton: Faro de Vigo

domingo, 4 de maio de 2008

Pobrezinhos...

"Há seis mil gerentes e directores de empresa que garantem ganhar apenas o salário mínimo".
São dados de 2006, os que vem referidos neste artigo do JN e não surpreendem. A máquina fiscal ainda não conseguiu uma fórmula para se opor com sucesso a este autêntico flagelo.
Por mim, pouco me importa que ganhem pouco, nem tenho pena deles... O que me revolta é que muitos desses "pobrezinhos" possuem boas vivendas, passeiam-se em carros "topo de gama", usufruem de benefícios fiscais e de bolsas para estudo dos filhos, que vão para a faculdade montados em grandes máquinas que não se coíbem de exibir, abusam do sistema de saúde público, complementado com bons planos de saúde para "alguma emergência"... e dizem à "boca cheia" que são os impostos deles que pagam os nossos ordenados!
Pela minha parte podem ficar descansados. Pago propinas máximas, mais de vinte por cento de IRS, imposto municipal sobre imóveis, imposto de circulação ou algo parecido, desconto para uma caixa falida à custa de muitos "paraquedistas" que lá foram "abeberar" reformas douradas sem merecimento algum, suporto boa parte das despesas de saúde... por isso não lhes devo nada.
Puta que os pariu!!!

sábado, 3 de maio de 2008

O Dia da Guarda

"A manutenção dos níveis quantitativos da criminalidade participada, desde 2003, com a significativa descida de todos os tipos de criminalidade violenta e grave praticada contra pessoas.
Descida superior a 40% da mortalidade e sinistralidade rodoviária, nos últimos 5 anos, poupando mais de 2000 vidas...
Participação directa nos principais processos e operações de combate à fraude e evasão fiscais, evitando a delapidação ou fazendo reverter para a fazenda pública dezenas de milhões de euros todos os anos.
Forte contributo para suster os tráficos e aguentar a pressão das ameaças que, crescentemente, são exercidas sobre a costa portuguesa, tanto ao nível das drogas como da imigração ilegal e do tráfico de pessoas.
O SEPNA, onde se integrou o Corpo de Guardas Florestais, é hoje uma estrutura operacional altamente especializada e capacitada para a preservação do nosso património ambiental, com reconhecimento nacional e internacional.
Adequada articulação dos meios e capacidades da Guarda nas estruturas de Protecção Civil, através do SEPNA e do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro, tem contribuído, de forma decisiva, para que os incêndios e a destruição da nossa floresta passassem a ser encarados, não como uma fatalidade mas como uma ameaça que pode ser controlada e restringida.
O GIPS, com cerca de 700 efectivos com adequada preparação específica e bem equipados, em razão da excelência dos seus resultados operacionais, é hoje uma Unidade de referência, em matéria de protecção civil, e um modelo que outros países já estão a adoptar".

No dia em que se comemora mais um aniversário da "criação" da Guarda Nacional Republicana, importa reter o balanço apresentado hoje pelo Ex.mo Tenente General Comandante Geral.
É um balanço positivo, em jeito de despedida, do qual transparece um elevado grau de satisfação e orgulho pelo trabalho desenvolvido ao longo de cinco anos na liderança desta Força Policial, revelador também do profissionalismo e abnegação dos milhares de Soldados que se empenharam decisivamente na obtenção destes resultados.
Também eu me sentiria orgulhoso, mesmo tendo contribuído infimamente para a sua concretização, se não pairasse nos bastidores uma imensa onda de preocupações e anseios que incomodam e desassossegam. É que, se por um lado a "obra feita" é uma realidade, por outro muito há a fazer para recuperar, no plano individual, a credibilidade, o brio e o gosto pela profissão e, no plano social, o respeito e o reconhecimento público e institucional que é devido e esperado pelos militares da Guarda.
Passeando o olhar por diversos sítios e blogues da web identificados com a Guarda fica-se com a sensação de que esta secular Instituição se assemelha mais a uma "casa" dos horrores do que a uma organização onde se desenvolve um serviço público de excelência, em absoluto contraste com os conteúdos do discurso acima apresentados.
Por isso aqui quero deixar a minha mensagem a todos que me acompanham nesta caminhada: O rumo a seguir é o da competência, da correcção, da excelência e da abnegação.
Só assim teremos a legitimidade necessária para reivindicar melhores salários, melhores condições de trabalho, mais e melhores meios.
Só assim poderemos exigir o respeito e o apreço da comunidade.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

1.º de Maio

Feriado, Dia do Trabalhador, um dia lindo, lindo...
E eu aqui a debater-me com um problema: a escolha de um tema para desenvolver. Um de entre tantos sobre os quais gostaria de me debruçar. Vou eliminando uns porque a ideia ainda não está suficientemente desenvolvida e amadurecida, outros porque se podem considerar tabu, dadas as limitações à liberdade de expressão que impende sobre o meu estatuto profissional, outros ainda porque é melhor deixá-los para quem tem mais autoridade sobre a matéria. E tanto há para reflectir!!!
O Mundo parece que gira desgovernado. O espectro da fome é uma realidade, o desemprego ou o subemprego pairam sobre os trabalhadores, são reais as preocupações sobre a segurança, cuidados de saúde, educação... e as projecções de curto prazo não são nada animadoras.
A agravar o cenário, notícias como aquelas que chegaram de França e da Áustria, relatos de actos brutais e animalescos que só uma mente profundamente perturbada pode conceber.
E os verdadeiros heróis, os motores das economias, os trabalhadores continuam a ser apenas os burros de carga que suportam sobre o seu dorso toda a ganância e soberba dos amos. Mas hoje é o nosso dia, para lembrar que há muitos anos atrás, em circunstâncias ainda mais adversas, outros trabalhadores morreram por ousarem aliviar o peso da albarda.
O Mundo está, decididamente, de pantanas...