quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A Balançar...

Hoje o País está paralisado. Ou quase... É dia de protesto por causa do "aperto" de que temos sido alvo ultimamente. Não sendo minha intenção escalpelizar as razões que motivaram esta greve geral, hesito entre apoiar aqueles que se manifestam contra as medidas de austeridade "violentamente" impostas aos trabalhadores ou concordar com elas porque caso contrário seria pior, ou seja, a opção pelo mal menor...
Mas a grande questão que se coloca e para a qual ainda não vi nem ouvi propostas de solução credíveis é esta:há alternativas?
Infelizmente parece que não.
Sabemos que de nada adianta recuperar o velho slogan "os ricos que paguem a crise". Eles são muito poderosos e arranjam forma de colocar a sua riqueza a salvo porque há sempre espaço para eles noutras paragens onde podem continuar livremente a explorar a riqueza gerada pelo trabalho dos outros.
Por outro lado, continuar a gastar o que não se tem é caminho certo para a falência, como acontece em qualquer caso individual.
O problema maior é que a asfixia económica das famílias, não sendo compensada com o aumento das exportações, conduz necessariamente à recessão. Daí que todas as medidas de austeridade impostas possam ser inúteis se não forem encontradas formas de produzir mais para os mercados externos. Pelo que se vai vendo, a única coisa que conseguimos exportar com sucesso é mão de obra, força de trabalho, a única coisa no mundo capaz de gerar riqueza.
Daqui a algumas horas vamos ser bombardeados com dados estatísticos sobre o sucesso desta manifestação de força dos trabalhadores e poderemos assistir ao regozijo dos líderes sindicais pela resposta enviada aos órgãos do poder. Mas o mais certo é que a seguir aos "foguetes" venha a desilusão, a impotência e a vontade de pegar na trouxa e zarpar.
Vontade já eu tenho há muito tempo. Como, quando e para onde é que não sei...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Gastronomias III

Longe vai o tempo em que Monção era um destino gastronómico por excelência, semelhante ao que ocorre nos dias de hoje com Ponte de Lima onde o seu "arroz de sarrabulho", "rojões" e outros acepipes fazem afluir àquela pitoresca Vila do Alto Minho inúmeros forasteiros.
Tendo o turismo gastronómico um importante papel a desempenhar na economia regional, especialmente quando escasseia o investimento noutros sectores, o que vem referido num artigo de Francisco Seixas da Costa no seu blog "ponto e come" sob o título "Restaurantes do Minho" não é apenas triste como deveria servir para uma reflexão profunda dos agentes económicos ligados a essa actividade.
E mesmo tratando-se de uma mera "lista pessoal" não deixará de ser motivo de preocupação. É que passar por Monção sem destacar um, um só, estabelecimento de restauração no meio de tantos que por aí existem é, no mínimo, confrangedor.
Eu ainda acredito que poderá haver algumas excepções no meio de tanta vulgaridade onde começa a pontuar o "fast food" e outras formas alienígenas de cozinhar. Mas o que faz falta mesmo é retomar a tradição, ir à procura das receitas antigas e reinventá-las de acordo com as exigências actuais em que já não basta o prato a transbordar...