segunda-feira, 11 de maio de 2009

Deserção

"Em Portugal não há condições para investir mais. Somos um país endividado. O país não tem um bom governo, no Parlamento não se discute os problemas do país. Não conheço nenhum governo, este ou os anteriores, que diga: nós temos um plano a vários anos e que ninguém vai mudar".
"... passo tempo a falar com os meus netos a dizer-lhes que têm de ir trabalhar para fora de Portugal. Quando aconteceu o 25 de Abril, organizei debates com os meus filhos para lhes explicar o que eram os partidos e a democracia. E agora estou a tentar fazer o mesmo com os meus netos".
"A corrupção é o que de mais perigoso existe numa empresa. A uma dada altura, você não sabe quem é o corrupto, se os locais se os seus funcionários. Em segundo lugar, existem problemas gravíssimos de desalfandegamento das mercadorias nos portos. E depois, como é que se distribui em Angola? É preciso camiões, estradas, segurança. E nada disso existe. As pessoas quando falam em Angola, pensam só em Luanda. E ainda é preciso poder de compra. Não são só meia dúzia de clientes".
Quem falou assim foi Alexandre Soares dos Santos, presidente do grupo "Jerónimo Martins", numa entrevista concedida ao novo jornal diário "i" e que podem ver na integra aqui.
O homem não tem papas na língua e já não é a primeira vez que mete a boca no "trombone" para denunciar a incompetência e a mesquinhez da classe política portuguesa.
De facto, sempre que se verifica uma mudança de governo assistimos à "rotação" de cadeiras, à formação de novos lobies, à defesa de novos interesses, a reformas de mobiliário dos gabinetes e da frota automóvel, como se fosse necessário estar sempre a começar do nada, e se a tesouraria mirrar aplica-se mais um imposto ou uma taxa. Em relação ao médio e longo prazo, é como diz o povo: o futuro a Deus pertence...
E não deixa de ser dramática a afirmação de que os netos terão de estar preparados para emigrar.
Infelizmente penso do mesmo modo, por muito que isso me venha a doer no futuro.

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