sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Emigrantes

Não se pode ignorar que é um fenómeno a ter em conta neste recanto do Mundo. Então, nesta época do ano, é impossível não dar por eles nas ruas, nos supermercados, nos centros comerciais, nas estradas.
Os emigrantes espalhados pelos quatro (ou cinco, ou seis) cantos do mundo estão aí. Os que conseguem, porque outros, como aquela infeliz família minhota que encontrou a morte em Espanha quando tencionava fazer uma surpresa aos familiares, terminam da forma mais triste a sua diáspora.
Chegam em catadupas, falam francês e um português rude, mesclado de novos fonemas e novas terminologias, alguns porque acham importante exibir os conhecimentos linguísticos adquiridos em terras gaulesas, outros porque já foram aculturados pela sociedade onde vivem, trabalham e desenvolvem a formação necessária para se integrarem no meio.
Não aprecio mas compreendo. E os menos culpados são eles.
Desde sempre tem sido reconhecido o importante peso das suas poupanças na economia nacional. Promovem-se campanhas para atrair as suas economias, fazem-lhes festas, dão-lhes "graxa"... Mas na hora de concretizar medidas para lhes facilitar a vida não se faz nada.
Neste constante "diz que disse que não disse" mais uma vez se divisa a forma (in)decidida como este governo trata assuntos que mexem com as pessoas.
E é gritante a forma como (quase) todos nos acomodamos, subservientes, perante quem se proclama paladino das mais amplas liberdades e pratica a prepotência, a arbitrariedade e o abuso do poder para os mais débeis (a maioria), a bajulice, a adulação e subordinação aos interesses dos poderosos (a menor das minorias).
Por isso revejo-me no discurso desta espécie de D. Quijote alentejano, que enquanto puder piar há-de continuar a "pregar" aos peixinhos...
Que nunca os dedos lhe doam.

4 comentários:

Adriana disse...

Lembro de LF ir comigo ao consulado português no Rio de Janeiro e ficar horrorizado com as condições do edifício. Ele só dizia: "Mas, isto é um pedaço de Portugal cá... Não pode apresentar esta má imagem... Meu Deus...", e de ficar pior que estragado ao contactar com pessoas absolutamente despreparadas e sem nenhuma noção de tratamento humano. Enfim...
Ao chegar cá e ter que procurar o consulado do Brasil para mandar uma procuração: "surpresa!" (para não dizer o contrário). É a mesma coisa.

Anónimo disse...

Tu nem imaginas como o Ventor gosta desta malta! Dos tais ... aqueles que só falam, falam, falam e ... nada! Já viste que, praticamente, só a malta do partido deles é que os chama à atenção? Desta vez foi grão- mestre dos tipos! Mas diz o Ventor que a malta não merece mais! Isto são males que já vêm de muito longe e o Ventor também diz que a vossa geração já não pode fazer nada. A globalização das massas acabará por resolver tudo, muito lentamente!

redonda disse...

E estão mesmo por todo o lado. Até na praia ouço as crianças a falarem francês. Terão nascido lá e poderão até já ser mais francesas do que portuguesas.
Seria bom se se tomassem essas medidas e se melhorassem também as vias, para prevenir acidentes.
Bom fim-de-semana e um beijinho

Ivy disse...

Em toda parte é a mesma coisa amigo Eira-Velha. Aqui no Brasil não é diferente. Bom é que sempre há pessoas como esse Dom Quixote,que ainda se importa e luta... Beijinhos!