quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A Balançar...

Hoje o País está paralisado. Ou quase... É dia de protesto por causa do "aperto" de que temos sido alvo ultimamente. Não sendo minha intenção escalpelizar as razões que motivaram esta greve geral, hesito entre apoiar aqueles que se manifestam contra as medidas de austeridade "violentamente" impostas aos trabalhadores ou concordar com elas porque caso contrário seria pior, ou seja, a opção pelo mal menor...
Mas a grande questão que se coloca e para a qual ainda não vi nem ouvi propostas de solução credíveis é esta:há alternativas?
Infelizmente parece que não.
Sabemos que de nada adianta recuperar o velho slogan "os ricos que paguem a crise". Eles são muito poderosos e arranjam forma de colocar a sua riqueza a salvo porque há sempre espaço para eles noutras paragens onde podem continuar livremente a explorar a riqueza gerada pelo trabalho dos outros.
Por outro lado, continuar a gastar o que não se tem é caminho certo para a falência, como acontece em qualquer caso individual.
O problema maior é que a asfixia económica das famílias, não sendo compensada com o aumento das exportações, conduz necessariamente à recessão. Daí que todas as medidas de austeridade impostas possam ser inúteis se não forem encontradas formas de produzir mais para os mercados externos. Pelo que se vai vendo, a única coisa que conseguimos exportar com sucesso é mão de obra, força de trabalho, a única coisa no mundo capaz de gerar riqueza.
Daqui a algumas horas vamos ser bombardeados com dados estatísticos sobre o sucesso desta manifestação de força dos trabalhadores e poderemos assistir ao regozijo dos líderes sindicais pela resposta enviada aos órgãos do poder. Mas o mais certo é que a seguir aos "foguetes" venha a desilusão, a impotência e a vontade de pegar na trouxa e zarpar.
Vontade já eu tenho há muito tempo. Como, quando e para onde é que não sei...

3 comentários:

redonda disse...

É o que penso também.

Manuel A. Caldas disse...

O País anda há muito tempo a viver acima das suas possibilidades. Quase toda a gente tem carro, computador, telefone, 2 ou 3 telemóveis, internet, televisão por cabo, cartão de crédito, etc. etc... Ninguém pensa em poupar ou privar-se do que quer que seja. Claro que o dinheiro não chega para tudo. E quando acaba, como aconteceu agora, lá se vão os direitos adquiridos. Foi isso o que nos aconteceu com os subsídios. Penso que hoje em dia ninguém sabe onde é que isto vai parar. Mas de uma coisa tenho a certeza: não será com greves que os problemas do país se vão resolver...

SOD, o Pérfido disse...

Andamos todos entretidos com os nossos problemas e não estamos a ver o problema maior que irá agudizar-se e alastrar por toda a Europa. Todos os cêntimos que mandamos para a China, nunca mais voltam.
Os EUA podem assobiar para o lado e julgar-se imunes, mas seguirão a Europa. Se ainda forem independentes...