sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Os Castros III

Vamos hoje terminar este tema com o último dos castros das margens do Minho, em território de Monção: É o Castro de São Caetano, localizado no lugar de Outeiro em Longos Vales.
A denominação deste local foi definida pela construção da Capela de S. Caetano, entre os séculos XVII/XVIII. A nível arqueológico este castro apresenta um conjunto de três linhas de muralha, definindo-se assim como povoado fortificado de grandes dimensões. O castro de S. Caetano era um povoado típico da Idade do Ferro, com cerâmica indígena, de importação romana, como a ânfora e a sigillata, bem como materiais de construção de influência romana (tegula e ímbrex). São visíveis habitações circulares e sub rectangulares, o que atesta, conjuntamente com o espólio cadastrado, a importância deste povoado desde o século I a.C. até ao século II d.C(CMMonção).
Classificado como Monumento Nacional por Decreto n.º 735/74, DG n.º 297, de 21-12-1974, foi recentemente este local valorizado com uma magnífica infraestrutura - o Centro Interpretativo de S. Caetano - que certamente muito contribuirá para divulgar este património.
O acesso faz-se pela Estrada Nacional 304 até Longos Vales e depois pela Estrada Municipal 1111, bastando seguir as indicações.

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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Os Castros II

Retomando o tema dos castros, vamos hoje mostrar o que mais intervenções já sofreu, permitindo identificar a acrópole e diversos troços de das três linhas de muralha.
O castro da Senhora da Assunção situa-se numa colina, a cerca de 250 metros de altitude, na freguesia de Barbeita, em Monção. O nome deste local é conferido pela existência de uma ermida consagrada a N. Sr.ª da Assunção, no topo deste monte, edificada no século XVI. A nível arqueológico este povoado apresenta um conjunto de três linhas de muralha, segundo Maia Marques, definindo assim este habitat como um povoado fortificado. O sítio já foi alvo de intervenções arqueológicas, ficando visível grande parte da acrópole, várias estruturas circulares e sub rectangulares, arruamentos e pátios lajeados, constituindo assim um perfeito modelo de proto-urbanismo que caracteriza os povoados castrejos.  De notar a existência do topónimo Paço, a Norte, muitas vezes associado a vestígios de ocupação romana (CMMonção).
Por todo o Portugal, é muito comum a existência de capelas no cimo das montanhas e aqui também não se fugiu à regra. A sacralização do monte, que certamente teria outra designação, deu-se pelo Séc. XVI podendo afectar algumas construções castrejas, embora com pouco significado.
O acesso faz-se, partindo de Barbeita em direcção a Merufe pela Estrada Municipal n.º 504. A seguir à Igreja há um caminho à direita, com calçada portuguesa e indicações várias, nomeadamente Campo de Tiro, Campo de Futebol e Sr.ª da Assunção, que permite aceder ao topo de automóvel ou outros veículos motorizados ou, em alternativa, como eu fiz: a butes...

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domingo, 10 de outubro de 2010

Os Castros I

Não, não vou referir-me aos célebres Castros da velha nobreza cá do norte. Vou abordar mesmo a temática daqueles velhos aglomerados populacionais, tão velhos que não sabemos ao certo a data da sua implementação. São, seguramente muitos anos mas também não é isso que aqui vou tratar. Vou falar do abandono e do desprezo pelo património da humanidade cujos vestígios quis o destino que chegassem ao nosso tempo.
São três os castros que se situam na margem esquerda do rio Minho, nos limites territoriais do concelho de Monção: Senhora da Graça, em Badim, Senhora da Assunção, em Barbeita e São Caetano, em Longos Vales.
Hoje vou falar apenas do primeiro e que fica mais para nascente.
O castro da Senhora da Graça situa-se no cimo de uma elevação granítica, com cota a rondar os 315 metros, de perfil cónico. Ainda são visíveis algumas estruturas circulares. Provavelmente ocupado desde o Bronze Final à romanização plena, este castro, conjuntamente com os de S. Caetano e Sra. da Assunção, (...) dominava completamente o curso médio do rio Minho, donde tiraria grande parte da sua subsistência. Quanto a cronologias de ocupação, Maia Marques aponta para uma ocupação que iria entre séc. II a.C. ao séc. I d.C. Sendo este sem dúvida um local já intervencionado e que de algum modo se apresenta como um elemento importante para o estudo da Idade do Ferro e do Bronze no Alto Minho (CMMonção).
O acesso ao local faz-se pela estrada municipal n.º 1124 e, à chegada existe um quadro a informar da sua existência, que é um património em vias de classificação e com recomendações para não o destruir nem deixar lixo no local.
No que ao lixo diz respeito, não vale a pena gastar muito tempo. O "turista" interno é insensível a quaisquer apelos dessa natureza. Então mais acima, em torno da capela, o incêndio que abrasou toda a vegetação deixou a descoberto os incombustíveis dejectos que resultam, ao que parece, dos festejos ali realizados anualmente: são dezenas, talvez centenas de garrafas espalhadas pelo monte.
Mas se aqueles dejectos, no que concerne ao património arqueológico, são inofensivos, o mesmo não se pode dizer da abertura dos caminhos de acesso ao santuário que ocupa o topo da colina. Mesmo na borda da estrada podem ver-se a descoberto troços de paredes e muros do antigo povoado, um dos quais pelo lado de dentro de uma habitação castreja, o que revela bem o "cuidado" que (não) houve em preservar aquele património.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Gelo

Que frio é este
Que me gela o pensamento
Que me trava a razão
Que me paralisa a vontade
Que me faz tremer a mão
Que faz a minha vida um tormento?

Que tom de cinza é este
Que não me deixa ver o céu
Que esconde as estrelas
Com um véu
De nuvens negras, tenebrosas
Que oculta o horizonte
E seca a fonte
Da minha inspiração?

Olho e não vejo,
Penso e não entendo,
Tacteio e não compreendo
Este torpor
Malévolo, incompreensível,
Indolor
Que tolhe o corpo e a alma
Como letal veneno
Destrói a calma
E a paz

Vila Nova de Cerveira

É, sem margem para dúvidas, a capital das artes do Alto Minho.
De onde quer que olhemos, Vila Nova de Cerveira absorve-nos num afável abraço, convidando-nos a contemplar os seus encantos sem pressas, como se ali o tempo fosse intemporal.
Ali temos a prova de que o progresso não é incompatível com  a tradição e a história.


quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Visualizador de Slides

O melhor sítio para alojar fotografias e visualizá-las uma a uma ou em slides é, para mim, o Picasa da Google. Mas tem um inconveniente: o espaço disponibilizado à borla é bastante limitado. Então, temos de procurar alternativas. Que são bastantes mas quase todos enfermam dos mesmos defeitos.
Depois de passar pelo SlaidShou, bastante alegre obrigando-nos a suportar uma série de bonecos insuportáveis, acabei por descobrir, através do meu amigo Ventor, de Adrão, o Shutterfly.
E gosto.
Pode não ser o mais funcional mas para mim basta. Permite ordenar as fotografias de diversas formas, atribuir um título e uma legenda a cada uma e visualizar também de diversos modos, de acordo com os gostos ou necessidades de cada um.
É assim... Para já, vou ficar com este.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Caminhos de Longos Vales

Longos Vales é uma das maiores e mais populosas freguesias de Monção. Percorrer os seus caminhos, diversas vezes e nas diferentes épocas do ano é uma permanente descoberta de cores, de aromas, de matizes e de surpreendentes pormenores, além de nos depararmos com a sua história, as suas tradições e os seus monumentos.
Mas mais do que as palavras dirão, certamente, as imagens que aqui vos deixo.

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Obras

Cansado de olhar há anos para o mesmo boneco, deitei mãos à obra e dei uma pintura quase geral, mudei os "móveis" para retirar o "cotão" que se acumulava por baixo e vamos ver se o frio e a chuva outonais me inspiram para mais uns pedaços de prosa, quer sejam recordações do passado, quer sejam impressões da actualidade.
E confesso que, além de me ocupar bastante a deambular por aí, a falta de actualização deste espaço, bem como do Momentos..., não se deve tanto à falta de tempo nem de temas mas mais ao preenchimento deste espaço pelas redes sociais, especialmente o Facebook.
Perante isto interrogo-me: será que as redes sociais ocuparão o espaço dos blogues na web?
Não sei e também não estou muito preocupado com isso. Mas se houver algum leitor voluntarioso que queira discorrer sobre o tema, faça favor...