...
O melro ao ver aproximar o abade,
Despertou da atonia,
Lançando-se furioso contra a grade
Do cárcere. Torcia
Para os partir os ferros da prisão,
Crispando as unhas convulsivamente
Com a fúria dum leão.
Batalha inútil, desespero ardente!
Quebrou as garras, depenou as asas
E balbuciando, exangue,
Partiu num voo arrebatado e louco.
Trazendo dentro em pouco
Preso no bico um ramo de veneno,
E belo e grande e trágico e sereno
Disse:
“
Meus filhos, a existência é boa Só quando é livre.A liberdade é a lei. Prende-se a asa, mas a alma voa…Ó filhos, voemos pelo azul!... Comei!”
...
Guerra Junqueiro,
A Velhice do Padre EternoPorra, não consigo ler isto sem me emocionar...
O resto está
ali.