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O melro ao ver aproximar o abade,
Despertou da atonia,
Lançando-se furioso contra a grade
Do cárcere. Torcia
Para os partir os ferros da prisão,
Crispando as unhas convulsivamente
Com a fúria dum leão.
Batalha inútil, desespero ardente!
Quebrou as garras, depenou as asas
E balbuciando, exangue,
Partiu num voo arrebatado e louco.
Trazendo dentro em pouco
Preso no bico um ramo de veneno,
E belo e grande e trágico e sereno
Disse:
“Meus filhos, a existência é boa
Só quando é livre.
A liberdade é a lei.
Prende-se a asa, mas a alma voa…
Ó filhos, voemos pelo azul!... Comei!”
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Guerra Junqueiro, A Velhice do Padre Eterno
Porra, não consigo ler isto sem me emocionar...
O resto está ali.
3 comentários:
Olá minhoto !!!! :-)
Que "coisas" bonitas tu escolhes!
Um abraço
B. Costa
Um gajo habitua-se a ler blogues, depois vai ler um Livro... emociona-se!
;)
Belo.
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