Está a chegar.
É uma festa mágica pelo simbolismo, pela luz, pela tradição, pelo espírito fraterno que mexe com as pessoas, pelo brilho nos olhos das crianças, pelas recordações…
O meu Natal tem tudo isso e … muito mais…
O meu Natal transporta-me sempre àquele tempo em que, acima de tudo, era o tempo de encher a barriga, não de mil e uma guloseimas, daquelas que enchem as bancas das grandes e pequenas superfícies comerciais mas de coisas básicas como o bacalhau com batatas, o arroz de polvo, os formigos, a “sopa” de bacalhau, que melhor sabia no dia seguinte convenientemente requentada, as rabanadas, simples fatias de pão de trigo embebidas em vinho tinto previamente fervido com açúcar e canela…
Nessa noite, o fogo da lareira também era especial. A lenha era criteriosamente seleccionada, grossas achas de carvalho que aqueciam o ambiente e as nossas almas. E o fumo que escorria pelas juntas dos negros cobertos de telha vã e se espraiava e desfazia lentamente pela encosta abaixo (sinal de bom tempo) criava um cenário digno da palete dos melhores artistas plásticos.
Ninguém ousava colocar sapatos na chaminé, nem peúgas, nem acalentar a esperança da chegada do Pai Natal. Sabíamos que aquele lugar não estava na rota desta personagem criada pela sociedade de consumo mas éramos felizes.
Felizes, sim. A felicidade é tanta coisa que pensar que é impossível é o maior dos equívocos humanos.
2 comentários:
Afinal, sendo mais jovem, também tenho memórias, que não muito diferentes das suas, simplesmente diferentes na geografia, e eu plantada lá no meio do atlântico....
bom natal para si.....
" a felicidade é tanta coisa" , é mesmo!
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