quarta-feira, 25 de abril de 2007

25 de Abril

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade

Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade


Há 33 anos, a idade com que, dizem, morreu o judeu Jesus Cristo, o País acordou a ouvir estas estrofes, superiormente interpretadas pelo saudoso Zeca Afonso.
Era uma amanhecer diferente, carregado de dúvidas e incertezas, principalmente no interior esquecido e ostracizado.
Sem formação política, apenas nos limitávamos a tecer tímidos comentários e recordo-me de ter proferido, num restrito número de amigos, o seguinte: Isto é bom... é como o sol depois da tempestade...
Hoje há quem defenda o 25 de Abril e há quem teça loas ao antigo regime que nessa data foi deposto. Muitos destes até nem viveram nesse tempo... o que não deixa de causar alguma estupefacção porque não sabem do que estão a falar.
Sei que nem tudo foi positivo mas, passados estes anos todos continuo a pensar que foi, realmente, uma lufada de ar fresco que varreu as consciências entorpecidas.
Assim
Venham mais cinco, duma assentada que eu pago já
Do branco ao tinto, se o velho estica eu fico por cá
Se tem má pinta, dá-lhe um apito e põe-no a andar

Não me obriguem a vir para a rua, gritar
Que já é tempo de embalar a trouxa, e zarpar

A gente ajuda, havemos de ser mais, eu bem sei
Mas há quem queira, deitar abaixo o que eu levantei

A bucha é dura, mais dura é a razão que a sustém
Só nesta rusga, não há lugar para os filhos da mãe

Não me obriguem a vir para a rua, gritar
Que é já tempo de embalar a trouxa, e zarpar

Bem me diziam, bem me avisavam, como era a lei
Na minha terra quem trepa no coqueiro é o rei

A bucha é dura, mais dura é a razão que a sustém
Só nesta rusga, não há lugar para os filhos da mãe

Não me obriguem a vir para a rua, gritar
Que é já tempo de embalar a trouxa e zarpar


2 comentários:

saloia disse...

Tenho que visitar Galizia este verão! Bom fim de semana.

beijinhos

Mary

Anónimo disse...

Bonita musica;muitos dos jovens que a ouvem nao savem o que significam:

Viva o 25 de Avril!

Viva a liberdade!

beijionhos e bom fim de semana.