Não, não é deste Portugal que quero hoje falar. É de um outro Portugal, o Portugal dos pequenitos.
Aqui os pequenitos não se divertem com as construções de brincadeira, não admiram a diversidade das habitações, não se entusiasmam com a recordação do Império...
Neste Portugal luta-se muito para não sair da cepa torta por força de um destino previamente traçado e sem jeito nem engenho para o alterar.
Neste Portugal dos pequenitos há homens que são explorados por outros homens, há mulheres vitimas de maus tratos e centro de descarga de inúmeras frustrações, há crianças que deixam a escola para ajudar a sustentar o lar, há jovens que vão produzir riqueza para outros lugares, da qual trazem uma pequena parte para colmatar as carências da nossa terra.
Triste fado este.
Dizem os especialistas que as crises são cíclicas e a economia tende a encontrar o equilíbrio. E eu, que de economia só entendo os sinais mais e menos, mais para - do que para +, tenho vindo a constatar que há apenas um ciclo, o da recessão, já que o outro há muito anda oculto nas gavetas de S. Bento, ou do INE, ou do imponente edifício da Rua do Ouro onde, dizem, ainda existem umas boas reservas desse precioso metal.
Veio agora a lume a boa notícia de que nos primeiros meses do ano a economia portuguesa cresceu 2%, à custa das exportações já que o investimento parece que não teve tão bom desempenho.
Mas perguntem aos "pequenitos" deste País o que isso representou para eles. Certamente responderão como eu, nada, ou então que com o mesmo salário compram menos coisas, que disto eles entendem...
As exportações são importantes, sem dúvida, mas o consumo privado é que é o principal barómetro que permite ver para que lado a economia converge. E se as famílias não dispõe de empregos nem de rendas suficientes é certo que vão reduzir o consumo. Se o consumo diminui, baixa a procura, abranda a produção, modera-se o investimento e, consequentemente, a economia deprime.
Então...
Foto Internet
3 comentários:
o meu amigo resolveu chamar ao meu ilustre blog "quitanda"?
olhe que só hoje reparei neste pormenor de máxima importância.
quanto ao portugal e aos pequeninos que nós somos, considero-o (a si)cheio de razão...
por este andar não vamos a lado nenhum só vai haver quitandas a falir.
Tive o cuidado de verificar aqui o significado...não fosse arruinar uma relação que reputo de mujito importante :)
Mas não ligues muito ao tom pessimista do meu artigo, é apenas uma opinião, infelizmente bastante generalizada, mas há que ter esperança. Esta será a última a falecer...
Pois é! Vamos comendo da esperança que sempre restará. Aguardar melhores dias para todos, é o nosso fado e, entretanto vamos praguejando! Infelizmente sempre foi assim e acho que sempre assim será, par nosso mal. Mas acredito que o praguejar é universal!
Enviar um comentário