
Para mim, as recordações mais importantes situam-se um ano depois, a 25 de Abril de 1975, continuava eu a cumprir serviço militar obrigatório em Tancos. Nesse dia realizou-se em todo o território nacional aquele que julgo ter sido o primeiro acto eleitoral por sufrágio universal, directo e secreto em Portugal. Foi o dia das eleições para a Assembleia Constituinte.Organizado e dirigido pelo Movimento das Forças Armadas, aquele acto eleitoral foi uma manifestação de civismo e de sede de democracia impressionante.
A adesão às urnas foi também, creio eu, a maior de sempre, tendo em conta que existiam 6.231.372 eleitores inscritos, votaram 5.711.829 (91,66%), tendo-se abstido apenas 519.543 (8,34%).
Infelizmente, não foi nesse dia que pude exercer o meu direito de voto pela primeira vez. O meu recenseamento eleitoral tinha sido efectuado no Porto e passei a integrar os cadernos eleitorais da freguesia de Miragaia. Porquê? Porque quando foi desencadeado o recenseamento eleitoral encontrava-me já incorporado na escola de recrutas que decorria no extinto CICA1, na Rua D. Manuel II, instalações que posteriormente reverteram para a Universidade do Porto.
Actualmente não seria problema porque podia sempre exercer o direito de voto por correspondência mas... naquele tempo o sistema ainda não o permitia. Como também não foi permitido a muitos dos militares, entre os quais me encontrava, deslocarem-se aos locais onde se encontravam recenseados para o efeito já que as mesas de voto foram guarnecidas por militares e os que não estavam empenhados no acto, na segurança das assembleias de voto ou no apoio logístico permaneciam nos Quartéis de prevenção.
Por Montalvo, Constância e Praia do Ribatejo passeei orgulhosamente, nesse dia, o lenço amarelo que me fora distribuído de madrugada para ostentar ao pescoço, à cowboy, integrando-me num grupo e numa missão específica que se prolongou pela noite dentro.
E depois?
3 comentários:
Bom dia Eira , vim te olhar um pouco, otima postagem
abraços
izil
25 de Abril SEMPRE, uma data especial que a mim me comove, pelas recordações que marcam as memórias dum tempo em que acreditámos ser possível um Portugal mais justa e mais humano. Um data para aplaudir, para recordar, como ideal da Liberdade, e de crença num Mundo melhor. Boa semana.
Bom dia tio ,com respeito ao dia 25 de Abril ,vi na RTPI uma reportagem sobre a independencia ,passoas que recordavam aquilo que viveram ,foi uma reportagem que me comoveu !!!
beijinhos e bom fim de semana
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