terça-feira, 7 de abril de 2009

Duas formas, a mesma mensagem

Já é tempo de dizer algo. Mas, mesmo sem me manifestar como vinha sendo habitual, não tenho deixado de estar atento às actualidades. Hoje vem à colação duas formas diferentes de descrever os tempos de crise que atravessamos e que, em meu entender, dizem o mesmo. Os seus autores são figuras bem conhecidas. De um lado, José Saramago, escritor laureado, humanista, comunista assumido, um autêntico self made man e um mestre na arte de escrever, cujos cadernos já são para mim uma referência de leitura obrigatória, em meia dúzia de linhas mostra-nos a outra leitura da crise, uma visão límpida das vicissitudes destes tempos, da sociedade de consumo em que vivemos atolados e sobre a qual é necessário e urgente reflectir. Do outro o médico, escritor, humanista e activista dos direitos humanos, um homem que não se limita a falar e que tem passado a vida a bater-se contra a indiferença com que vemos cavar cada vez mais fundo o fosso entre ricos e pobres, fala da globalização e das diferenças entre o "TER", conceito materialista dominante que conduziu a economia mundial e a sociedade em geral ao estado em que se encontra e o "SER", uma concepção de vida baseada em valores como "humanidade, consciência social, livre arbítrio, liberdade, igualdade, fraternidade, solidariedade, cultura, preocupação ambiental, ecumenismo, tolerância, aceitação e preocupação do outro".
Vale a pena ler e refletir...

3 comentários:

Ivy disse...

Saramago, também gosto de ler. A simplicidade com que fala das coisas mais complexas torna-se uma agradável leitura...Mas, gostei tambem de poder voltar a ler-te,amigo.
Grande abraço

nandokas disse...

Olá,
Referes-te aqui a duas pessoas que admiro. O José Saramago, pelo prazer que tenho em o ler. O Fernando Nobre pelo gosto que, por vezes, o ouço na televisão.
E a ti, agradeço os links de ambos que aqui partilhaste.
Abraço.

susana disse...

Ouvi na televisão que ele está hospitalizado em Lanzarote! Já é muita idade, 87 anos, creio eu!
Também gosto muito de o ler, mas o que dizes aqui não é nenhuma novidade para mim, já tinha eu própria pensado nisso. Só que é preciso não esquecer que o superconsumismo gera empregos, essas coisas todas fúteis que afinal não precisamos e que até dão cabo do ambiente, dão emprego a muita gente...daí que fico como o maluco no meio da ponte...que fazer???
Feliz Páscoa e muitos beijinhos