quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A Saia da Maitê

Agora que já assentou a poeira, enquanto uns arrumam as secretárias para darem lugar a outros, outros respiram de alívio por não terem de fazer mudanças da tralha que vem acumulando nos respectivos gabinetes desde há séculos e outros ainda, os novos inquilinos dos Paços do Conselho que vão querer mostrar o que valem, vou dizer umas coisas acerca do tema da semana (até parece que nem houve eleições).
Eu também fui contemplado com o vídeo do "Saia Justa" que vinha acompanhado de um texto escrito por alguém profundamente indignado e quase a exigir que Maitê Proença fosse declarada persona non grata  e proibida de voltar a entrar em Portugal. Vi e sorri, pensando cá para mim que era mais um email a rodopiar pela web até se cansar. Mas não. De repente, aquele vídeo é transformado num caso do dia, da semana, do mês, quiçá, do ano.
Essa gente não tem mais nada que fazer? Para quê alimentar uma polémica por causa de uma sátira (se se pode chamar àquilo uma sátira), quando há coisas muito mais importantes para discutir?
É que se continuamos assim vamos ter de pedir perdão aos alentejanos, aos minhotos, aos beirões, aos negros, aos brancos, a Samora Machel (por acaso também era negro), aos ciganos, aos polícias, aos ladrões, aos maric, não, aos gays, às lésbicas, aos hetero, tudo grupos formados por pessoas que constantemente servem de tema para todo o tipo de humor...
Onde pára o sentido de humor deste Povo?

8 comentários:

Paulo J. Mendes disse...

Tanto mais curioso se pensarmos que nessa popular modalidade de dizer mal do País, ninguém consegue levar de vencida os próprios Portugueses...

Barba azul disse...

Caro Eira Velha

Concordo consigo quanto à posição algo ridícula dos que empolam esta situação.

Acho no entanto que há uma diferença substancial entre as anedotas que refere, geralmente contadas com simpatia, tendo necessáriamente uma estrutura que a justifique como piada e geralmente não pretendendo ridicularizar, e uma charla destinada a um gupo de amigas, falando em tom jocoso e depreciativo de pessoas ou de um povo, sem que as situações tivessem na maioria nada de anedótico.
Encontro um paralelo no universo anedotário: as anedotas de loiras: há muita gente que as conta com convicção, acreditando piamente na relação cor do cabelo / inteligência e da inferioridade das loiras nesse campo.

susana disse...

Dou razão ao Barba Azul! O humor dela foi de muito mau gosto! Mas também dou razão ao Paulo que para dizer mal do país, cá estamos nós!
Eu já não gostava dela, agora tenho a certeza! Aliás detesto brasuquice em geral!
Eu bem sei porque a defendes, é "boa" não é??

Eira-Velha disse...

Olha Miss... parece que te dói alguma coisa, estou certo ou errado?
Fica descansada que não vais precisar iniciar uma cruzada como fizeram as "mães de Bragança", coitadas. Estavam à espera de quê? Com aqueles buços, todas peludas e mal azambradas é claro que até eu fugia de casa, ora...
Agora tu, concordas com toda a gente menos comigo, isso é para me provocar?
Ah, mas numa coisa erraste... é que eu não a defendi... mas que é boa, lá isso é...
Um beijinho.

susana disse...

Eira velha, mesmo sem doer eu nunca fui fã de brasuquices e quem me conhece bem, sabe!Sinceramente acho-os em geral muito básicos e hipócritas. Meu amorrrrrr, minha queridaaaa, não me convencem!Vivem de expediente tentando sempre chular o próximo!

susana disse...

http://em2711.blogs.sapo.pt/336507.html - vai aqui ler este artigo e depois diz-me se tenho ou não razão!

M. Caldas disse...

Pois eu também não gostei nada do que ela disse acerca de Portugal. Fez-me lembrar o velho ditado popular:
"A gente ensina-os a ladrar e depois mordem-nos."

Adriana disse...

Nossa, Miss...
Tanto rancor contra os brasileiros. Deves ter tido uma má experiência. Daí estar a 'cuspir' esse fel.
Como luso-brasileira que sou (e já agora, sobrinha do Eira Velha), também poderia falar muito dos portugueses... Mas, não vale a pena. É como o meu tio disse: Onde está o senso de humor?
Apesar de ter ficado chateada e envergonhada com o papel que aquela actriz fez, há coisas mais importantes. E, se uma andorinha não faz verão, uma pessoa também não pode representar um povo. Sugiro que leias um livro: "O Português que nos Pariu". Está publicado cá. Vais ver que é mais o que nos une do que o que nos separa. Cumprimentos.
E para o senhor, tio, um beijo.