Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.
Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.
Dá o sopro, a aragem - ou desgraça ou ânsia -,
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistemos a Distância -
Do mar ou outra, mas que seja nossa!
A minha pequena homenagem a Fernando Pessoa, no 120.º aniversário do seu nascimento.
In Mensagem, Planeta de Agostini, Lisboa, 2006
In Mensagem, Planeta de Agostini, Lisboa, 2006
Imagem: http://amrrm.blogs.sapo.pt/arquivo/Prece.jpg
2 comentários:
Olá amigo. Este é um poeta que merece deveras, muitas homenagens.
Um grande abraço para ti e um ótimo final de semana
Confesso: sou o ínico «tuga» que não lê, nem gosta de Fernando Pessoa. O meu poeta preferido é António Gedeão: Fala do Homem Nascido, Poema do Homem Só, Lágrima de Preta, Pedra Filosofal são poemas imortais. Boa semana com tudo de bom.
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