"A União de Sindicatos de Braga dispõe de dados recentes sobre a emigração portuguesa na Galiza que apontam para um crescimento de 11 mil trabalhadores em 2008, de 40 para 51 mil".
São, em regra, trabalhadores da construção civil que se deslocam semanalmente para os locais de trabalho onde permanecem de segunda a sexta, regressando a casa no fim de semana.
Trabalham por salários inferiores aos trabalhadores locais mas devido a uma jornada laboral que pode ir até às 16 horas diárias auferem remunerações incomportáveis para os empresários portugueses. A diferença salarial ainda dá para "engordar" as contas das empresas de trabalho temporário que proliferam por aí. E não há notícia de que sejam vítimas da sanha persecutória por parte das autoridades galegas por se deslocarem em veículos com matrícula estrangeira como acontece com os trabalhadores espanhóis que exercem actividade profissional no nosso burgo mas continuam com residência do lado de lá.
Se considerarmos a extensão da zona de fronteira e multiplicarmos o número de emigrantes na Galiza pelos múltiplos de quilómetros que se estendem até Vila Real de Santo António deve dar um indicador a rondar os 300 000, número seguramente exagerado mas talvez mais próximo da realidade do que os supostos 75 000 que lá descontam para a segurança social.
Com isto resolvem-se alguns problemas internos: aumenta o consumo das famílias, ameniza-se o défice orçamental e permite ao chefe da contabilidade demonstrar que está a um passo de conseguir demonstrar que cumpriu a promessa de criação dos tais milheiros de postos de trabalho.
Por outro lado, continuamos a desbaratar o melhor de todos os recursos, o único capaz de gerar riqueza: os recursos humanos.
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