Ouvi "cobras e lagartos" da sua literatura e, à semelhança de muitos portugueses que ainda hoje continuam a ignorá-lo, mantive-me algum tempo alheio à vasta obra já produzida. Um dia, porém, de forma casual, veio-me parar à mão um texto sob o título "Carta a Josefa, minha avó". Li-o e reli-o. Vi naqueles traços os retratos das avós que não conheci, de tantas avós deste Portugal que, mesmo sendo relegadas para um plano social secundário, foram autênticas heroínas, anónimas e desconhecidas, e nunca deixaram de sonhar...
A seguir li quase tudo do autor e cheguei à conclusão que não devemos agir apenas em função da opinião de terceiros. José Saramago é, realmente, um caso muito sério de produtividade e de longevidade na arte das letras.
E se quiserem ver como continua causticamente activo visitem o blog da fundação ou os cadernos de saramago, cuja entrada se encontra no primeiro ou então por aqui.
Depois disso encontrem a resposta para a interrogação do título.
3 comentários:
Bom fds
Quase Nada
O amor
é uma ave a tremer
nas mãos de uma criança.
Serve-se de palavras
por ignorar
que as manhãs mais limpas
não têm voz.
(Eugénio Andrade)
Olha amigo, conheço Saramago só de ouvir falar. Até hoje, não li nada do que escreveu. Agora, com teu post, fica em mim uma grande curiosidade que vou procurar satisfazer.
Beijinhos, bom fim de semana
Li vários livros do Saramago. Gostei muito do Ensaio Sobre a Cegueira. Para mim este o seu melhor livro. Mas o meu escritor de eleição, a par do Camilo e do Eça é o grande Miguel Torga. Gostei tanto de o ler e reler que não pude deixar de ir «visitá-lo» à sua campa em S. Martinho de Anta, Sabrosa. Também em Coimbra, no Largo da Portagem, onde tinha o consultório, admirei a paisagem que daí descreveu enquanto via correr serenas as águas do Mondego. Brevemente, na companhia do meu filhote, irei ver de perto o monumento que ali erigiram em sua memória e aproveitarei para dar uma saltada e visitar a sua casa, na Rua Fernando Pessoa - outro vulto da literatura - ao mesmo tempo que tentarei incutir no herdeiro o gosto pelos nossos escritores.
(Leia, se ainda o não fez, A Criação do Mundo. Estou certo que vai gostar.)
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