segunda-feira, 7 de julho de 2008

Para Pensar...

"É um progressivo desrespeito pelas autoridades devido a uma maior tensão social, mudanças de hábitos e costume, aos filmes americanos e à educação que se dá aos filhos"
Morreu no Hospital o jovem que foi atingido por um projéctil disparado por elemento das forças de segurança, com as quais me identifico. É já conhecida a minha posição em relação ao uso de armas de fogo e não é por isso que venho evocar aqui o triste acontecimento. São, sim, as declarações de um senhor que não conheço e que aborda o problema de uma forma que eu considero muito pertinente e esclarecida.
Há uma série de factores que concorrem para a degradação das relações de cidadania e existem culpados. Essa degradação começa nas famílias mas acentua-se especialmente nas Instituições.
Em tempos que já lá vão assistia estupefacto a julgamentos em que os réus, ainda era assim que se designavam e não arguidos, eram pura e simplesmente "arrasados" perante a severidade dos Juizes. O Presidente do Tribunal, em regra Juiz Desembargador do Círculo, um veterano experimentado na investigação por força de muitos anos a dirigir os serviços do Ministério Público, não se compadecia com meros formalismos processuais e atirava-se ao indefeso cidadão, ali colocado já em acentuada inferioridade, como "gato a bofe", passe a expressão. A audiência não era um concílio onde se debatia tudo menos os factos, como ocorre actualmente. Tudo aquilo metia medo...
Agora é o que se vê. De Marco de Canavezes, de Gondomar, mais recentemente da Feira e de Vila Real chegaram exemplos da fragilidade da justiça. Mas mais gritante, embora menos conhecida porque não tem interesse mediático, é a forma como nesses mesmos e noutros locais, diariamente, se desautoriza a autoridade.
Acontece não raras vezes que os agentes das forças de segurança são chamados a intervir em locais onde ocorrem desacatos e têm de recorrer à força para impor a ordem. Pois é certo e sabido que caso alguém seja detido e presente em Tribunal saem de lá, no mínimo, dois arguidos: um é o desordeiro o outro é o agente da ordem, normalmente ambos sujeitos a termo de identidade e residência, o famoso TIR que serve para nada. Mas pior do que isso é que caso seja deduzida acusação são os dois tratados de igual forma, como se se tratasse de uma mera rixa de taberna, sem observação do normativo penal que prevê a qualificação dos crimes de que são vítima os agentes da autoridade.
Agora é só colher os frutos...

1 comentário:

Anónimo disse...

Palavras e considerações muito justas e certas. O cenário circunstancial descrito, retrata, perfeitamente, a realidade actual.
Os frutos? Colhê-los, para quê, se já estão mais do que podres...